Jovens Arquitetos no Nordeste
Entendemos que a arquitetura é a produção dos espaços para o homem, condicionada a um local e uma época. Cada região expressa sua arquitetura segundo materiais, técnicas construtivas, estratégias de amenização climática e a cultura de um povo. É partindo desses princípios que construímos nossa temática: a produção arquitetônica e urbanística no Nordeste.
Enquanto nordestinos, o propósito do tema é fortalecer as identidades que aqui enraizaram e externar o que nos é próprio. Para tanto, o Espaço Macaúba irá promover uma série de rodas de conversa, trazendo para o centro do debate jovens arquitetos dos nove estados do Nordeste. Por meio das rodas de conversa identificaremos a atual produção arquitetônica e urbanística no Nordeste brasileiro, suscitando reflexões e análises sobre nosso tempo e lugar. Pretendemos, através dessas discussões, contribuir para a formação do senso crítico do público alvo acerca das nossas características climáticas, fitogeográficas, construtivas e culturais que tanto nos são específicas e que, todavia, são tão pouco reconhecidas.
Etapa Ceará
A primeira edição das rodas de conversa Jovens Arquitetos no Nordeste teve como ponto de partida a produção arquitetônica no estado do Ceará. Aconteceu na noite do dia 15 de junho, quando recebemos os representantes dos escritórios Ladrilho Urbanismo e Arquitetura e Alesson Matos Arquitetos.
A primeira fala ficou a cargo do escritório Ladrilho, cujos representantes foram Naggila Frota e Leonardo Ribeiro, arquitetos formados pela Universidade Federal do Ceará. Discorreram sobre a diversificação das atividades que realizam, como a elaboração de projetos em diferentes escalas e consultorias especializadas, além de ofertarem cursos e promoverem palestras. A forma como atuam tem como diretriz produzir espaços mais vivos e democráticos.
Em seguida, Alesson Matos, arquiteto formado pela Universidade de Fortaleza e também engenheiro civil pela Universidade Federal do Ceará, relatou como se deu sua trajetória profissional em mais de dez anos de atuação. Importante ponto levantado foi como a reflexão acerca da cultura local influenciou na sua forma de atuar no mercado e como isso se materializa nos projetos.
Concluídas as falas iniciais dos convidados, foi aberto espaço para participação dos ouvintes. As contribuições foram felizes ao induzir novos questionamentos, como a dissolução das identidades locais, regionalismo e sobre caricaturar as características do nordeste. Encerradas as participações, houve confraternização entre todos, embalados pelas músicas produzidas por nordestinos.